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Bori no Candomblé | Ritual Passo a Passo

Hoje vamos falar sobre algo muito interessante, o ritual de Bori no candomblé passo a passo.

Antes de mais nada vamos começar por explicar o que é esse ritual e para que serve.

Após isso vamos mostrar pra você a como fazer esse ritual da maneira mais simples e eficiente possível.

Como não temos muita experiência neste assunto convidamos Sandra Bhering Milate para redigir o artigo.

Ela trabalha no mundo espiritual e faz parte dele há muitos anos.

Vai usar toda a sua experiência para mostrar pra você tudo aquilo que precisa saber.

Não existe ninguém melhor para explicar que ela!

Assim, você sabe que está ouvindo conselhos de alguém que realmente sabe e que respeita a religião.

O que é Bori no Candomblé?

O que é Bori no Candomblé

É oferenda para a cabeça, se for traduzido ao pé da letra “bo” oferenda e “ori” cabeça, e uma das oferendas mais importantes no Candomblé.

Feito apenas no Candomblé, é a iniciação dos filhos de Órisà ou Orixás como conhecemos na Umbanda.

Através do jogo de búzios o babalorixá, indica ao iniciado as instruções para iniciar o Borí e posteriormente, se for caso a “feitura” no Santo. 

O primeiro Òrisà a ser ofertado é o Ori Eledá, neste ato ritualístico, procura-se harmonizar, apaziguar, e dar alegria e felicidade ao iniciado.

Tudo isso com o objetivo de diminuir a ansiedade, o medo, a insegurança.

O Bori não é feito apenas na iniciação aos òrisà, mas sempre que o filho se sentir inseguro, fraco, ou precisando de ajuda.

A raspagem da cabeça acontece depois do primeiro Bori, só aí começa de verdade a iniciação do filho de Òrisá, ou iniciação ao sacerdócio, ou seja, não é preciso raspar a cabeça para se fazer um Bori.

Diferente da Umbanda, no Candomblé antes de nascer a pessoa pode escolher o seu Ori, Orixá de cabeça, na Umbanda nós temos o nosso ancestre, lembram do artigo sobre Orixás de Cabeça, em que falamos sobre o ancestre?

Pois bem no Candomblé o filho pode escolher o seu òrisà antes do nascimento.

Apesar da escolha do Ori antes do nascimento, os caminhos aqui na terra, vão sendo traçados de acordo com as escolhas de cada ser humano, ao longo de sua vida.

E isto não tem nada a ver com o Òrisà e sim com o ser humano.

Oxalá e Iemanjá são sempre evocados na cerimônia.

Para que serve o Bori no candomblé?

Antes de ensinar a como realizar o poderoso ritual de Bori passo a passo é importante salientar melhor a sua finalidade.

Tem como principal função preparar a cabeça do filho, para que o òrisà possa se manifestar corretamente.

Porém não é apenas pedido ou realizado o Bori para os que seguem a religião, pode ser pedido para qualquer consulte (pessoa), através do jogo de búzios.

Um Bori, para acalmar, equilibrar, harmonizar a cabeça e a vida da pessoa em questão.

Este ritual pode acalmar a gente, equilibrar todas as nossas energias e todas as nossas vidas.

Existe gente realizando o ritual pois anda desorientada, sem forças na cabeça e confunde mesmo os pensamentos.

Trata-se do ritual perfeito de equilíbrio emocional e mental para viver uma vida melhor e mais estável.

É sem dúvida algo maravilhoso, por isso recomendamos que aprende sobre todo este ritual passo a passo logo abaixo.

Ritual de Bori passo a passo

Ritual passo a passo

Antes de fazer o Bori no Candomblé é necessário que a pessoa ou filho que iniciará na religião, faça uma limpeza espiritual que pode ser um Ebó ou sacudimento.

É feito com frutas, folhas e sementes.

Ele não pode beber bebidas alcoólicas, ter relações íntimas ou comer carne vermelha (isto pode variar de casa para casa).

É preciso também “cortar” para o Exu ou Pombo Gira da pessoa em questão, já que são os Exus e Pombo giras que abrem os nossos caminhos.

Cortar para Exu ou Pombo Giras é oferecer um animal vivo que será sacrificado e aproveitado apenas o sangue.

No Candomblé, em algumas casas, e em alguns trabalhos , depois de retirado o sangue do animal, que no geral é um frango, se pode comer a carne e dividir com os filhos da casa, cozida é claro.

Mas o ritual de Bori passo a passo ainda está apenas começando…

Este filho ou abiã, depois de passar por este processo de limpeza é recolhido por 3 dias, não na camarinha, ou rôncó, mas sim em um local também sagrado junto a Mãe.

Cada ano é oferecido um Bori para o Òrisà, mas pode acontecer de a feitura no santo ocorrer antes do primeiro ano.

Mas o primeiro sempre será para Oxalá e Iemanjá e só depois para o Òrisà do laô (filho).

O que não pode faltar em um Bori

Acima deu para perceber todo o processo, mas existem erros que muitas pessoas podem cometer durante todo o processo.

É por esse mesmo motivo que vamos falar sobre coisas que não podem faltar nessa linda cerimônia.

Durante todo o ato podem ser pedidas muitas coisas, muitas mesmo, mas o que não pode falar por uma questão de simbolismo são:

  • Etun ou Konkém no Candomblé a galinha de Angola: ela representa a individualização, a própria iniciação. Ela relaciona com o começo e com o fim, com a vida e a morte, com fundamentos para Exu.
  • Peixe: representa as potencialidades, a imensidão do oceano é a liberdade o seu caminho. 
  • Para evocar a fertilidade e a fartura, não pode faltar comidas brancas, principalmente os grãos. 
  • Para simbolizar a riqueza precisamos de flores.
  • Frutas: por simbolizar o produto da germinação.
  • Pombo branco: é o maior símbolo do poder criador
  • Obí ou a noz cola, é sempre o primeiro alimento oferecido a Ori; da semente boa, se espera bons frutos.

Estes elementos que constituem a oferenda representam desejos comuns a todas às pessoas: saúde, paz, tranquilidade, riqueza, boa sorte, amor, vida longa e prospera.

Feitura no Santo

Quando estamos falando de filhos da religião que fazem o Bori, logo vem a feitura no Santo, onde o trabalho é assentar o Santo de Cabeça deste filho.

Lembrando que quando fizemos o Bori ele foi para o Òrisà Ori, onde Pai Oxalá e Mãe Iemanjá estão presentes e sendo ofertados também.

Mas a feitura de dá por uma necessidade urgente do Santo, ou pelo jogo de búzios onde pode ser indicado a iniciação do filho ou pessoa na religião.

Às vezes pode acontecer de um consulente que está no barracão acompanhando os trabalhos, e “bolar no santo”.

Ou seja, sentir as manifestações do seu òrisà e precisar se feito rapidamente, ou ainda se pode negociar com a urgência e preparar melhor o filho.

Em qualquer um dos casos, a pessoa que vai se iniciar precisa ter além de tempo dinheiro, pois não é barato se fazer no Santo no Candomblé…

As oferendas e roupas são caras e nem sempre é possível fazer sem a ajuda de todos os outros filhos da casa.

Normalmente eles fazem doações para suportar todos os custos.

E o tempo, em algumas casas o tempo mínimo de recolhimento é de 21 dias, mas existem casas que o período é maior, podendo levar meses e a pessoa precisa estar preparada para isto.

Este recolhimento consiste em ficar deitado na camarinha (um local sagrado e que só pode ser acessado pelos responsáveis do barracão ou indicados por eles).

Em uma esteira com as comidas dos Santos acima de sua cabeça agora raspada, sem contato com ninguém além da Mãe Criadeira.

Alguém responsável do barracão que vai cuidar do filho e do Òrisá.

Quando se dá a saída da camarinha, acontece no geral uma festa, pois mais um filho foi feito no Santo.

Depois disto teremos um resguardo.

O filho será orientado ao que ele pode ou não fazer, após a sua saída da camarinha.

Mas o resguardo tem como função apenas, preservar por mais algum tempo e respeitar é claro, as energias recebidas nestes dias de recolhimento.

Pode ser de uns dias, ou de umas semanas, vai depender do que foi feito e para qual Òrisá.

Conclusão

Espero que agora saiba o que é e para que serve o Bori no Candomblé.

Sabemos que este assunto é bastante complexo e que por vezes muitas pessoas tem medo de realizar o ritual…

Mas não tem nada que temer!

Caso tenha questões a colocar queremos pedir que deixe um comentário.

Vamos ajudar você da melhor maneira a entender tudo sobre o mundo do Candomblé e da Umbanda.

10 comentarios en «Bori no Candomblé | Ritual Passo a Passo»

  1. Pingback: Candomblé, o que é, significado, história, rituais e orixás

  2. Adorei! Tenho uma dúvida. Yemanja participou de um voto e engoliu um pedaço de obi. Quem recebeu yemanja foi a Yao, ela foi mãe pequena de um dos iniciantes. Isso é correto?

  3. Tenho pânico de animais com penas desde quando nasci. Tenho 30 anos e está sendo cobrando um Ori. Só que sempre leio que tem q ter a presença do frango galinha da angola e pombo. Ou seja não tem outra forma? Nem se o Orixá exigir q não tenha esses bichos nos buzios???

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